Autoria: Carina Fonseca
Escola aposta nas energias renováveis
A Escola Secundária de Arganil decidiu apostar nas energias alternativas. Além de diminuir os gastos, está a formar futuros técnicos de energias renováveis. São 14 rapazes com altas perspectivas de obter emprego.
"Cerca de 80% da energia que Portugal consome é importada e não renovável. Se temos sol, mar e vento, é esta a aposta que temos de fazer!". A convicção é do professor Jorge Monteiro, coordenador do curso de Técnico de Energias Renováveis (variante solar) criado neste ano lectivo.
A ideia de tornar a escola auto-suficiente em termos energéticos, sensibilizando, ao mesmo tempo, os jovens para a importância da sustentabilidade ambiental surgiu no ano passado e logo mereceu aprovação. Optou-se pelas energias fotovoltaica e fototérmica. Esta última já está a contribuir para o emagrecimento da conta do gás.
O aquecimento da água dos balneários femininos, por exemplo, é feito mediante painéis fototérmicos, que captam a energia do sol, convertendo-a depois em energia térmica. A central de microgeração fotovoltaica é que ainda está em fase de instalação, mas deverá começar a produzir energia no prazo de um mês, de acordo com Jorge Monteiro.
O professor, licenciado em Geografia, não referiu o montante exacto do investimento, que teve a mão do Estado. Mas adiantou que, em cinco anos e meio, o sistema deverá estar pago.
"Se o Estado equipasse todas as escolas com um sistema semelhante, reduziria a sua despesa em milhões e milhões de euros", sublinha Jorge Monteiro. Não duvida de que Portugal reúne todas as condições para se autonomizar pelo uso de energias limpas e renováveis: "No fundo, temos um petróleo que não estamos a usar: o sol".
O projecto é recente, mas já tem o acolhimento da comunidade. Há quem se desloque à escola, propositadamente, para saber mais sobre auto-suficiência energética. Aliás, os alunos do curso de Técnico de Energias Renováveis estão disponíveis para analisar os consumos energéticos de uma casa e propor formas de reduzir as despesas. Gratuitamente.
Os futuros técnicos estão animados, até pela ideia de se encaixarem rapidamente no mercado de trabalho. "Os sinais dizem que têm o futuro profissional assegurado. Há empresas que, se pudessem, os empregavam a todos já hoje", assinala o coordenador do curso.
Para já, têm presença marcada numa feira, na Batalha, em inícios do próximo mês, onde darão a conhecer os seus projectos. Porque a escola também pretende fomentar o empreendedorismo.