terça-feira, 24 de março de 2009

A divisão dos seres vivos por reinos (dois,três e quatro reinos)

Após a invenção do microscópio por Van Leeuwenhoek, tornou-se cada vez mais óbvio que a distinção dos diferentes seres vivos não poderia ser feita dividindo os diferentes seres vivos em animais ou plantas.

Em qualquer sistema de classificação os taxa hierarquicamente mais elevados incluem seres vivos de grande diversidade, sendo pouco naturais.

Por isso, a divisão em reinos variou bastante ao longo dos tempos.

A divisão dos seres vivos em dois reinos - Aristóteles e Lineu

Os seres vivos foram divididos em dois reinos, bastante distintos um do outro: o reino animal (animalia) e o reino das plantas (plantae).

Nesta classificação, o reino plantae e o reino animalia possuem uma grande diversidade de seres vivos.

No reino plantae, os organismos:

● São fixos (sem locomoção);

● Realizam a fotossíntese;

● Não efectuam a ingestão dos alimentos (seres autotróficos).

No reino animalia, os organismos:

● Possuem a capacidade de se movimentar (com locomoção);
● Não realizam a fotossíntese;

● Efectuam a ingestão dos alimentos (seres heterotróficos por ingestão).



Os seres vivos presentes no reino plantae e no reino animalia são seres unicelulares (protozoários) e seres multicelulares (metazoários).
Mais tarde, veio-se a descobrir que alguns dos seres vivos presentes no reino plantae possuiam células com paredes espessas constituídas por celulose e alguns dos seres vivos presentes no reino animalia possuiam células com determinados compostos no seu interior.

Esta divisão simples dos organismos parecia tão óbvia e bem definida para os organismos macroscópicos que o problema causado pelos fungos, que não pareciam encaixar bem nas plantas, era facilmente esquecido.

A divisão dos seres vivos em três reinos - Ernest Haeckel

Devido à existência de seres vivos com características diferentes entre si em cada grupo e mesmo a existência de seres vivos que apresentavam características de animal e de planta, mostrou-se óbvio que a divisão dos seres vivos não podia ser feita desta forma.

O que veio complicar ainda mais a situação foi a teoria de Darwin da evolução, aceite como representativa da realidade. Esta teoria considera que todos os seres vivos possuem um ancestral comum.

Um ancestral comum às plantas e aos animais não poderá ser nenhum ser vivo destes reinos, pelo que o ancestral comum a ambos os reinos teria de pertencer a um terceiro reino.

Haeckel realizou estudos microscópicos a todos os seres unicelulares (protozoários), tendo chegado à conclusão de que as primeiras formas de vida eram bastante simples e sem complexidade estrutural. Designou esses seres vivos primitivos moneres e dividiu-os em bactérias e cianobactérias.
Para colocar estes seres vivos na divisão de reinos já existente, Haeckel criou um terceiro reino, o reino protista

No reino protista, os organismos:

● São os mais primitivos e simples;

● Apresentam características que não são claramente de animais nem de plantas.


Os seres vivos presentes no reino protista são seres eucarióticos e maioritariamente seres unicelulares (protozoários)

O reino protista encontrava-se subdividido. A principal subdivisão era entre os grupos semelhantes às plantas – Protophytes – e os grupos semelhantes aos animais – Protozoa - reconhecidos pelos seus metabolismos diferentes.
A divisão dos seres vivos em quatro reinos- Copeland

Esta divisão dos seres vivos em quatro reinos, criada por Copeland, foi criada para ser natural, representando da forma mais próxima a organização dos seres vivos no mundo.
Para que fosse o mais próximo possível da realidade, esta divisão baseia-se:

• Em dados de estrutura celular;

• Constituíntes químicos;

• Características observáveis dos seres vivos.

Na sua classificação, o reino Protista de Haeckel é dividido em Mychota e Protoctista. O reino Mychota inclui todos os organismos procariontes e o reino Protoctista todos os eucariontes que não são animais ou plantas.



A distribuição pelos seres vivos nos reinos foi um pouco alterada.

O reino plantae inclui todos os seres vivos que:

• Possuem cloroplastos verdes;

• Um conjunto definido de pigmentos;

• Produzem sacarose, amido e celulose.

Sendo assim, seres vivos como as algas verdes são incluídas nas plantas (pois representam a origem evolutiva das plantas superiores), enquanto que seres vivos como as algas vermelhas, as algas castanhas, os fungos e todos os seres unicelulares existentes são incluídos no reino protista.

As bactérias, incluídas no reino protista, pareciam ainda não estar no reino mais apropriado. Possuíam características diferentes de todos os outros seres vivos existentes no reino protista. As bactérias são seres procarióticos, enquanto que todos os outros seres existentes no reino protista são seres eucarióticos.

Por isso, Copeland propõs a criação de um quarto reino, o reino monera, em que iriam ser colocadas as bactérias.

No reino Monera, os seres vivos:

• São de vida livre ou parasitas;

• São autotróficos (através da fotossíntese ou da quimiossíntese) ou heterotróficos por absorção;

• Possuem uma estrutura e organização celular bastante simples;

• Possuem a capacidade de se adaptar a todos os tipos de ambientes (terrestre, aquático ou aéreo).

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